sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Cigarro das incertezas

Amar como me amei ninguém mais ama. Ninguém mais do que eu, é tão verdade...
Talvez seja o amor a única fonte de energia que pode movimentar o mundo. Talvez seja por ele que estou aqui, presente, a escrever estas palavras...por amor a mim!

Podemos comparar a ambiguidade das palavras à ambiguidade do destino: uma escolha, várias consequências; uma palavra, vários significados, mas nunca nada de concreto.

Ponho-me a pensar: "Quem serei daqui a cinco anos?"

Não é inteligente da minha parte, eu sei, pura cobardia minha refugiar-me no futuro para esconder-me do presente e fugir como o Diabo da Cruz do passado.
Apesar das suas manhas, as palavras são a minha inspiração. Antoine des Saint Exupery tinha razão. São elas culpadas! São elas a fonte dos mais horrendos desentendimentos.

E se num momento sóbrio, pegasse numa palavra, me sentasse nesta mesma secretária, neste mesmo computador e desse forma e alma a esse conjunto de letras?
E se essa palavra fosse "QUERER".
Um verbo, uma acção...Uma palavra que implica tanta coisa mesmo sendo pequena.
Eu QUERO, porque posso perceber o quão importante é QUERER!
Se pudesse comprava esta palavra só para mim, porque eu QUERO-A!

Eu quero tanta coisa para mim, quero estudar numa academia de artes em Londres...quero amar...quero ser amado...quero viver, mas quero tanto viver...quero ser iluminado...quero sentir os lábios da sorte sempre pousados na minha testa e ter a mão da felicidade sempre apoiada no meu ombro...Tanto que eu quero...quero, mas quero mesmo muito...

Mas este navio naufragado de "querer" abre um abismo na minha personalidade.
Falta qualquer coisa, não posso viver apenas para "querer", tenho que fazer algo, urgentemente antes da colisão derradeira entre a vida real e os sonhos. Antes que a vela se apague, antes que o mundo acabe, antes que os mortais sucumbam, eu tenho que fazer algo.

Estagnei, não consigo pensar. Tenho que sair à rua e fumar um cigarro. Preciso de pensar, mas não agora, aliás não tenho que ter vergonha, não tenho que querer ser diferente dos outros. Afinal todos o fazem, todos nós adiamos os nossos assuntos para depois do cigarro. É a nossa essência.
O cigarro é um bom conselheiro, pelo menos para alguns. Os problemas apagam-se juntamente com eles, o que faz do cinzeiro um autêntico mar de incertezas. Fumemos então o cigarro do esquecimento para delir todas as nossas incertezas.


5 comentários:

  1. Texto muito profundo! :)

    Faz-me pensar nas incertezas, mas tambem no facto de termos de lutar pelos nossos sonhos, não basta querer, há que fazer tudo para chegar onde queremos...

    Continua a escrever assim! ;)

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  2. Já agora adoro o nome e o fundo! :)

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  3. o texto tá muito fixe! faz-nos pensar continua a escrever!

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  4. Olá!
    Parabéns, escreves mt bem....

    Sim é verdade, temos que lutar pelos nossos sonhos com todas as forças que tivermos!

    Continua....=)
    Bjinhos

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  5. Bem amore mio...cada blog mais profundo e tragico q o otro...
    mesmo assim ta perfeito, nao fosses tu o Oscar Wilde aki ta terrinha ne...

    LYSFM

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